segunda-feira, 22 de julho de 2013

(In) constante

Deitou-se esperando ser examinado.
Olhos que sondavam não passavam daqueles contidos e maliciosos.
Movia-se através de gestos (intrinsecamente reconhecidos) repetitivamente hedonistas, embora não esperasse que algum contato fosse feito.
Prendeu a respiração como se as mãos examinadoras fossem chegar mais perto.
Nada...
Soltou...
Não fazia questão que fosse algo maior que aqueles seus movimentos.
A (in) constante respiração duraria o tempo que desejasse.
O que mais poderia durar este tanto tempo que imaginara?
Nada...
A não ser que o contato fosse feito...
Os olhos que passeavam não esperavam ser forçados para o contato, já que seu exame iria tão longe quanto o tempo que a respiração (in) constante durasse.
Em oculto e comum acordo as duas partes podiam adiar o que quisessem pela eternidade do tempo que durasse.

Um comentário:

  1. Acabei lendo este texto por acaso. Sempre você informa pelo facebook. A escrita tem um ar de sinestesia, desejo e suspense. Dá uma sensação de que estivesse num consultório médico, percebidamente, esta ideia passa. Também se tem uma impressão sensual, também logo esta ideia se vai... Há um clima total de desafio e olhares. É interessante, porém, lembrar que existe uma segunda pessoa, e há uma troca de experiências sensoriais, que pode beirar um instintivismo.
    Quando se tem momentos de respiração, toque, tempo, torna o texto muito mais real. Está excelente!
    Na minha opinião, poderia evoluir mais. Ter mais sensações..... Se a escritora desistir da evolução, também terá deixado o seu grande legado....

    Beijos :) e parabéns!

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