sábado, 13 de julho de 2013

Quem vê.

Atrai o ar que passa entre os dentes serrados para dentro da boca, improvisando o gesto até então apreciado.
Examina por cima das lentes o que lhe falta e o que já tem.
Contorna a linha que acaba na terminação não estabelecida.
Em meados do que sente os olhos tornam a baixar. Baixa o corpo, sensação, tentação.
Volta ao seu caderno de páginas amarelas, escrevendo com o vigor do datilógrafo.
O cacho cai sobre a testa e levanta os olhos de quem vê.
Quem vê aproxima-se e agora vai de encontro as lentes que antes minutavam sem cessar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário