quarta-feira, 31 de julho de 2013

Será?

Daí se para pra pensar:
Será que tudo aquilo que as pessoas dizem não ter explicação não tem mesmo?
Se conformar é mostrar algum ponto de vista relevante?

terça-feira, 30 de julho de 2013

Tão pouco

A menina de óculos sacudia o vidro de gergelim sobre a sopa agora ébria.
Chocoalho:  Tão pouco tem dentro para fazer tanto barulho antes de fora.
A sopa ,antes sobria, cortava o som daquilo que a fazia ébria depois que sons de gergelim e vidro repercutiam pelo espaço.

sábado, 27 de julho de 2013

(Im)Perceptível

O sono não vem e a folha em branco  só fica com as gotas de tinta. Imperceptíveis.
Os impercepitíveis são sim perceptíveis de determinados pontos de vista.
No vagão ninguém vê , mas estou com a mochila entre as pernas e fones de ouvido  se embaralhando com a minha roupa. Ninguem sabe o que estou ouvindo , mas eu sei. Perceptivel sim... mas ,no caso, so para mim.
O cadelo amarrado, a calÇa justa e o cachecol que penica não são perceptíveis.... mas ,no caso , sao! Só para mim.
Me prendem pessoas. Fico presa por corpos. Sao as grades de uma prisão que não é só minha... Percebe-se.
Corpos grudados numa distância quase imperceptível, mas perceptível sulficiente para ver  a ponta do cabelo da moça saindo debaixo da orelha do homem, o celular da mãe nos olhos da crianca, a camiseta do garoto pelos óculos da menina míope, a calça rasgada do rapaz num lugar onde so deveria estar amassado, o fone de ouvido que deveria fazer o som para uma pessoa só, as mãos que se seguram na grade descrita sem precisar daquelas barras brilhantes... que desaforo!
O conteúdo do celular que o garoto esconde perto do vidro aparece quando passa debaixo do túnel e reflete para algumas vistas.
Pra que tornar o imperceptivel uma coisa comum se a graça está naquilo que a gente nao vê com os olhos?

segunda-feira, 22 de julho de 2013

(In) constante

Deitou-se esperando ser examinado.
Olhos que sondavam não passavam daqueles contidos e maliciosos.
Movia-se através de gestos (intrinsecamente reconhecidos) repetitivamente hedonistas, embora não esperasse que algum contato fosse feito.
Prendeu a respiração como se as mãos examinadoras fossem chegar mais perto.
Nada...
Soltou...
Não fazia questão que fosse algo maior que aqueles seus movimentos.
A (in) constante respiração duraria o tempo que desejasse.
O que mais poderia durar este tanto tempo que imaginara?
Nada...
A não ser que o contato fosse feito...
Os olhos que passeavam não esperavam ser forçados para o contato, já que seu exame iria tão longe quanto o tempo que a respiração (in) constante durasse.
Em oculto e comum acordo as duas partes podiam adiar o que quisessem pela eternidade do tempo que durasse.

sábado, 13 de julho de 2013

Quem vê.

Atrai o ar que passa entre os dentes serrados para dentro da boca, improvisando o gesto até então apreciado.
Examina por cima das lentes o que lhe falta e o que já tem.
Contorna a linha que acaba na terminação não estabelecida.
Em meados do que sente os olhos tornam a baixar. Baixa o corpo, sensação, tentação.
Volta ao seu caderno de páginas amarelas, escrevendo com o vigor do datilógrafo.
O cacho cai sobre a testa e levanta os olhos de quem vê.
Quem vê aproxima-se e agora vai de encontro as lentes que antes minutavam sem cessar.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

No ônibus.

Com a cara no sol, bebeu a água como se fosse cerveja azeda e velha. Entediada, bicuda e inquieta estava.
A menina e o namorado, no relacionamento tedioso, mal se olhavam enquanto  o ônibus nem andando estava dentre tantos carros.
A ansiedade dos olhos da menina escorria para seu livro de exercícios , enquanto os óculos deslizavam para a ponta do nariz.
A velha com cheiro de cigarro e cabelos de piaçava beijava santo de hora em hora, lamentando a vagareza.
O sol que batia em seus cílios  não incomodava. Na pequena abertura entre os lábios grandes e molhados o sol também passava e era sulficiente para chegar aos dentes, que rebatiam o brilho de volta para o vidro daquilo que não se locomovia.
Juntou os lábios agora e amarrou a cara.
Não esperou o ônibus chegar para que beijasse santo novamente.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Versar 1

Se atrai.

A ansiedade com que passa os olhos pela página impede que respire ou pense.
Os olhos distraídos ardem através dos vidros que ,desesperadamente, pedem para que o conhecido os apareça: o irrefutável. Uma atração.
Para!
Agora o corpo espera. O coração desacelera. Desliga-se de tudo que o mantém em contato com mundos subversivos ou mesmo não aparentes.
Na esperança que fique tudo equilibrado, mesmo sabendo que sua espera é tão forte como quando acredita que em São Paulo existe clima ameno, se atrai com uma coincidência ascendente.

domingo, 7 de julho de 2013

Uma noite dessas

Chosing a life aos ouvidos. Eu nao queria ser vista e tudo o que eu queria sentir era o chão sob os meus pés. Ali o chão escorria sob e entre os os meus dedos. Tudo que estivesse havendo dentro do meu corpo era menos importante que  aquilo que eu pisava. Anestesiados deveriam ficar os meus pensamentos.
Cada pedra, elevação,buraco e falta de planeza fazia lembrar da existência do meu corpo, mesmo nao querendo que isso acontecesse.
A dor eu queria que fosse passada para mim. Eu não pediria que dividissem a dor, mesmo porque eu nao deixaria, no entanto eu queria pelo menos que a pedissem a mim.
Não é falta. É incerteza.

terça-feira, 2 de julho de 2013

Coisas

De repente a gente se vê atrelado a coisas. Coisas de um corpo andante, uma situação e pensamento.
A boca macia e o som que fazia, algo além do esperado.
Um dos corpos... andante e criativo, não espera.


segunda-feira, 1 de julho de 2013

Galeria de Ingrid Pierazzo

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Começadas...

A única coisa.

A única coisa que senti foi algo dentro de mim pesar. Algo que me puxava para perto do feto.
Pesava, mas(mais) batia. Batia pesado.Cada batida convencia o corpo a deitar.

Num momento algo estava sobre o corpo.
A indecisão e o conflito... Algo deveria ser resolvido?

Sendo resolvido nada mais pesaria sob ou sobre mim.

Nada estava resolvido. Ainda pesava.